sábado, 22 de agosto de 2009

Atlético - Campeão Paranaense de 1990.

Talvez a disputa do título de 90 tenha sido uma das mais sensacionais da história da rivalidade entre Atlético e Coritiba. E isso não se deu por causa dos jogos cheios de garra, luta e heroísmo entre os adversários, nem pelos protagonistas que fizeram sua glória jogando as melhores partidas de sua vida justamente nos confrontos decisivos com o maior rival. O espetacular desta finalíssima está no inusitado, no desfecho inesperado, na cena final de uma peça que, se ensaiada, jamais seria tão comemorada pelos atleticanos e nunca serviria de tanta zombaria ao torcedor coxa-branca.
Com toda a rivalidade à flor da pele na década de 90, os dois maiores clubes do Paraná se encontraram mais uma vez numa final de campeonato.
A formula do campeonato era confusa. Os 22 times participantes foram divididos em duas chaves, jogavam contra os da outra chave num turno e contra as equipes da mesma chave no outro. Os três primeiros de cada grupo disputavam um hexagonal e os quatro melhores fariam as finais. O Atlético cumpriu jornada perfeita no primeiro turno, terminando invicto. Já, no segundo, a campanha foi calamitosa. Foram dez partidas sem vencer. Mas, já classificada, a equipe foi para a semifinal enfrentar o Operário de Ponta Grossa. Perdemos a primeira por 2 a 1 e vencemos a Segunda por 1 a 0. Como o Rubro-Negro detinha a melhor campanha, conseguiu a classificação. A grande final de 1990 já estava definida: mais um Atletiba viria sacudir Curitiba.
A decisão foi em dois jogos disputados no Couto Pereira e o Atlético continuava com a vantagem, poderia conquistar o título com dois empates.
O primeiro jogo aconteceu numa quarta-feira carracuda, uma garoa interminável cobria toda a cidade. Pouco mais de 17 mil espectadores foram ao Couto Pereira assistir o primeiro confronto
decisivo. O Coritiba fez 1 a 0 e tentou de todas as formas segurar o marcador. Mas a história reservou uma ingrata surpresa para a torcida adversária. Zé Duarte – técnico rubro-negro, que havia substituído Borba filho no segundo turno – chamou Dirceu no banco de reservas. O carrasco coxa-branca entrou aos 29 minutos do segundo tempo. E, aos 45, quando tudo já parecia perdido e a derrota era um castigo quase certo, Dirceu, como um azougue de pontas cortantes, ergueu-se acima da zaga verde e branca e o herói atleticano e carrasco coxa-branca, aos 45 minutos, no apagar dos refletores empatou a partida e fez a torcida Rubro-negra explodir de alegria.
Com o título indefinido a expectativa para o segundo jogo foi ainda maior. Alguns dizem que o Couto Pereira recebeu um público de cerca de 50 mil espectadores, contestados pelo bordêro do jogo que computou apenas 37. 343 pagantes. Dentro de campo o jogo começou muito movimentado. Logo no início o carrasco do Coritiba, Dirceu, abriu o placar e fez 1 a 0. Logo em seguida, aos 13 minutos Pachequinho empatou. Aos 45, Berg – o herói do título atleticano – virou o jogo em 2 a 1 para o coxa. No segundo tempo o Atlético pressionou muito mas não conseguia chegar ao empate que iria resultar no título Rubro-Negro. Mas, quando a torcida adversária já se preparava para colocar as faixas e iniciar uma festa em Curitiba, Berg, aos 26, marcou seu segundo gol na partida e, para alegria do atleticanos, o segundo gol do Rubro-Negro. O zagueiro coxa tentou rebater uma bola alçada na grande área depois da cobrança de um lateral e fez um golaço por cobertura, só que contra seu próprio patrimônio. Gol do título, gol da festa. No dia 5 de Agosto de 1990 o Atlético conquistava mais um título e, novamente, sobre o Coritiba.

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