sábado, 22 de agosto de 2009

Atlético - Campeão Paranaense de 1958

Depois do time avassalador de 49, atravessamos a pior fase de sua história vitoriosa. Nosso primeiro grande jejum durou intermináveis nove anos. Só voltamos a conquistar um título no Campeonato Paranaense de 1958. E, apesar, dos difíceis anos sem comemorações, a vitória desta vez veio de uma forma tranqüila e acabou premiando a história atleticana. Com a conquista do Paranaense daquele ano, o Rubro-Negro tornou-se o primeiro time do Estado a participar da primeira competição de clubes com equipes de todo o país,
Aquele Estadual foi disputado em pontos corridos e começou muito tranqüilo. No primeiro turno, vencemos sete jogos, empatamos dois e perdemos tão somente um, para o Palestra, num magro e triste 1 a 0. Assumimos a liderança com boa vantagem, mas, no segundo turno, houve um momento de intabilidade preocupante.
Perdemos na sexta rodada para o Ferroviário por 2 a 1, resultado razoavelmente normal. Em seguida, enfrentaríamos o Água Verde. Tudo ia bem, começamos bem a partida e fizemos 1 a 0, mas o jogo seguiu e veio o empate, depois o gol da virada, outro e mais outro: 4 a 1, para o Água Verde. Duas derrotas seguidas e a liderança perigosamente ameaçada.
A diretoria avaliou a situação e agiu rápido. O treinador Joaquim Loureiro foi demitido e em seu lugar foi montada uma comissão com velhos conhecidos da nação rubro-negra: Alfredo Gottardi (Caju), Jackson Nascimento e Pedro Sthengel Guimarães.
A mundança trouxe novo ânimo ao elenco e a todos nós que estávamos na torcida, na angustiante espera por comemorar novamente um título. Os novos comandantes conseguiram despertar o mesmo instinto nos jogadores, todos se uniram e selaram o compromisso de trazer o titulo de volta à Baixada e resgatar a quase esquecida alegria atleticana.
Os bons resultados voltaram, mas ainda haviam obstáculos farpados pela frante. O Coritiba, bicampeão estadual e ainda com chances de terminar na nossa frente, era um deles. Fomos para mais uma guerra no campo deles. Dia 5 de outubro, maior público e maior renda do campeonato. Eles estavam certos da vitória, mesmo tendo perdido de 5 a 1 no primeiro turno. Se vencessem, ainda tinham chances de sonhar com tricampeonato. Mas as chances se acabaram naquela tarde. Fizemos 3 a 1, sem apelação. Fizemos uma festa antecipada. Ainda não éramos campeões, mas nossos maiores rivais já estavam fora da briga. Era muita alegria. Desfilamos desde o Belfort Duarte fazendo uma grande algazarra e ainda nos divertimos muito com o enterro dos Coxas TRIstes. Mas a festa maior estava bem próxima.
A primeira chance de faturar o título veio com duas rodadas de antecedência, na partida contra o Rio Branco, de Paranaguá. Viajei para lá numa ansiedade sufocante. Não conseguia imaginar que pudéssemos chegar tão perto e desperdiçar a chance de ficar sem o título, mas também sabia que o jogo seria no campo adversário e que isso certamente lhes daria mais força. Esperamos todos pelo jogo e, somente depois que ele começou, é que eu soube que cada segundo de expectativa havia valido à pena. Fizemos 2 a 0 no primeiro tempo e a festa começou. No segundo, emplacamos 4 a 1 e alegria tomou conta do mundo rubro-negro. Eu nem vi o segundo gol deles já perto do fim. Vi o terceiro, mas nem houve tempo de ficar preocupado, o juiz deu a saída e encerrou o jogo. Era o fim de tantos anos de sofrimento e de zombaria. Éramos de novo Campeões do Paraná.
Além do título, conquistamos mais uma glória em 58. Naquele ano, foi criado o Campeonato Brasileiro de Clubes Campeões, chamado de Taça Brasil, pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD). A vitória em Paranaguá nos garantiu uma vaga na competição do ano seguinte. Fomos o primeiro time paranaense a fazer parte de um campeonato nacional.

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