sexta-feira, 22 de junho de 2012

Fazer o que é certo e coerente. Por Diogo Rodrigues Manassés

No futebol, como em, provavelmente, qualquer coisa na vida, não basta ser coerente, e não basta fazer o que é certo (até porque esse conceito varia de pessoa para pessoa). Na verdade, também não basta fazer o que é certo e coerente, mas é um bom caminho para o êxito.

Os dirigentes atleticanos acharam certo demitir Juan Ramon Carrasco Torres do comando técnico do Furacão. Já há algum tempo, não eram poucos os torcedores que reivindicavam essa decisão – o que significa que pode ter sido uma decisão acertada (do meu ponto de vista, não foi). Ainda, contrataram um amador para substituí-lo – um “pré-conceito” de Drubscky é inevitável, mas, reitero, ele tem chances de dar certo (não acredito, mas, no mundo do futebol, muita coisa surpreende). A princípio, não foi uma decisão certa.

Todavia, se o futebol não está satisfatório (e, creio, isso é unanimidade), e seria acertada a demissão de JR, também seria acertada – e, mais que isso, coerente – a troca no comando do futebol em geral. Ora, foram trazidos jogadores de calibre técnico sofrível (Léo Mineiro e Renan Teixeira, provavelmente os piores), ou seja, contratações em quantidade baixa e qualidade ridícula. Apenas o comando técnico era insatisfatório? O problema era só o treinador? Mudar o treinador vai resolver?

Se é acertado demitir o técnico, também seria acertado, e, principalmente, coerente, mandar embora também quem cede o material humano ao técnico. Aceitável reprovar o trabalho do treinador. Contudo, manter quem traz jogadores para o treinador significa afirmar que o problema era apenas este profissional, o que não é verdade.

Em dizer mais simples: se a alta cúpula atleticana achou por bem demitir JR, deveria fazer o mesmo com os profissionais que conduzem exclusivamente o futebol. Esta seria a atitude coerente. Tirar quem treina os jogadores, para manter quem traz jogadores, é tapar o sol com a peneira. Espero que nenhum torcedor seja enganado. O foco não é o técnico, mas o elenco sofrível. Até quando?


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