sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Paulo César. Por Diogo Rodrigues Manassés

Temos dois PC’s no CAP. O primeiro, de longa data, é Paulo César Baier, nosso Maestro, que está devendo, mas tem muito crédito. O segundo, tema da coluna de hoje, é Paulo César Carpegiani.
Para muitos, Carpegiani não era o nome certo para assumir. Mas aqui está.
O futebol brasileiro é admirado pelo mundo por ser um futebol ofensivo, que não depende do erro do adversário para o sucesso. Tanto pelo discurso quanto pelo que vemos em campo, Carpegiani implantou esse futebol no nosso elenco. Em termos objetivos, por vários motivos (erros individuais, “apagões”, erros reiterados dos árbitros etc.), o futebol do ataque de Carpegiani não tem vencido. Mas convencido.
Lopes era ótimo. Sabia muito de futebol, mas tinha um grande defeito, ausente em Carpegiani: era retranqueiro. Quem criticava Lopes pela retranca, deve ser coerente e não reclamar de Carpa por querer ser ofensivo (e ousado!) com seu time. Nesse aspecto gosto muito do seu atual trabalho.
Carpegiani não é perfeito. Erra em algumas substituições (até agora nenhuma que lhe credite uma derrota), falha e ainda falhará mais. A equipe tem apresentado bom futebol, mas tem muito a aprimorar ainda.
Destaco duas características admiráveis em Carpegiani: a franqueza e a exigência. Carpa é muito franco, não tem medo de dizer “o time não jogou bem”, ao contrário de outros. Chega a dizer que tem a “humildade o suficiente para admitir que o time é limitado”. Além disso, é um treinador bastante exigente, que já declarou que quer “ganhar e convencer”. Apenas um dos dois é pouco para ele, que quer tentar levar o Atlético longe.
Com seu discurso e seu esquema 4-2-3-1, Carpa se mostrou ousado, exigente, franco e inteligente. Não é, contudo, perfeito. Também não é unanimidade. Apenas considero que as características citadas devem ser ressaltadas, e mesmo quem não o aprova deve admitir. O futebol da equipe com ele tem sido de boa qualidade e, quando o time não é “minado”, consegue ter bons resultados.
Aqui no Brasil os times demitem o treinador, pois é a peça de mais fácil descarte dentro da equipe. Até agora, o trabalho de Carpegiani no CAP tem sido muito bom, embora não impecável. Tenho, por fim, um ótimo argumento para torcermos para ele permanecer por um bom tempo: se Carpa um dia sair, quem assume é Leandro Niheues.


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