segunda-feira, 29 de março de 2010

Recordar é viver!



Jornal do Brasil-RJ / Edição de 26 de dezembro de 2001
O site oficial do Atlético, publicou um super texto, escrito pelo grande Armando Nogueira.
Confira aqui, as palavras do mestre!
Espelho pra seleção
Futebol assim lava a alma. Duas equipes empolgantes. Duas torcidas solidárias e, sobretudo, civilizadas. Ninguém morreu, ninguém matou. O jogo final até que ficou devendo em beleza técnica. Cumpriu-se a intenção do Atlético Paranaense. O time não quis correr maiores riscos. Como sabia que seria atacada inapelavelmente, tirou partido de uma arma que sempre manejou muito bem, que é o contra-ataque.
O desfecho da partida já era esperado. O placar de 4 a 2, da Arena, como que selara a sorte do título. Os jogadores do São Cateano confessavam, à saída do vestiário: nós perdemos o campeonato em Curitiba. Palavras do lateral Mancini. Verdade pura. A charada da partida era facilmente decifrável. O Atlético Paranaense, pra sair campeão, não precisava nem de um gol e, no entanto, tinha, em campo, uma dupla de artilheiros dos mais temíveis da temporada: Kleber e Alex Mineiro. A qualquer momento, um deles daria o ar de sua graça. Já o São Caetano, que necessitava ao menos de dois gols, não dispunha sequer de um goleador. Afinal, Magrão não é do ramo. Ele é apenas um discreto cabeceador, extremamente limitado com a bola nos pés. Deu no que tinha que dar: Alex Mineiro, um a zero, crismaria o campeão.
Pela trajetória ascendente, fenomenal da equipe. Pelo esplendor da torcida, ruidosa e pacífica, retocada de rostos bonitos e saudáveis ("Ah, como as mulheres são lindas/ Inútil pensar que é do vestido", como diz Bandeira). Pela alma vertiginosa da camisa atleticana. Pela cara fechada do implacável Alessandro. Pelo elã de Adriano. Pela tormenta que desaba no campo, ora, com Kleber, ora, com Alex.
Enfim, pela dimensão festiva que os dois finalistas devolveram ao futebol, só me cabe pedir, de Natal, que a seleção dispute o mundial 2002, com uma equipe exatamente assim. Nada menos, nada mais que assim. Do princípio ao fim.

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