quarta-feira, 22 de julho de 2009

Atlético - Campeão Paranaense de 1985.

Aquele era o jogo nove da Loteria Esportiva. Cravei coluna um, sem nenhuma dúvida. Sabia que podia perder por causa dos outros palpites, afinal jogavam Juventus-SP x Corinthians e eu marquei coluna um seco, além disso apostei nas derrotas do Flamengo e do Fluminense para dois azarões cariocas. Tinha pouca chance de acertar esses jogos, mas o nove era certo. O Atlético recebia o Londrina na Baixada e, se ganhasse, faturava o título sem a necessidade do quadrangular final.
Nenhum atleticano tinha dúvidas daquele título, ele só não seria nosso se um grande desastre se abatesse sobre a Baixada naquela tarde de domingo. O Furacão tinha sido impecável naquele ano. Desde o começo da competição, a equipe mostrara equilíbrio e força para bater os adversários. É claro que tivemos problemas, no Atlético nada é fácil. Trocamos de técnico duas vezes, vivemos momentos em que parecíamos perto da derrocada e terminamos a competição com apenas 19 jogadores no elenco.
Mas foi um título merecido por tanta luta, passamos por duros golpes desde o bicampeonato em 82. No ano seguinte, lutamos pelo Tri até a última partida, mas não conseguimos chegar lá. Não bastasse isso, no primeiro semestre de 85, passamos a ser zombados pelos rivais por causa do título que conquistaram diante do Bangu, em pleno Maracanã. Mas, no Estadual, mudamos o jogo. Vencemos o Coritiba duas vezes e levamos vantagem sobre praticamente todos os demais adversários.
Naquele domingo, 10 de novembro, em que faríamos o jogo nove da loteria, a torcida rubro-negra amanheceu certa de que levaria mais um título para casa. O Londrina era um bom time, contava com jovens talentos e ainda tinha a segurança do goleiro Zetti, que anos depois seria titular da Seleção Brasileira. Mas o time do norte ocupava os últimos lugares na tabela e o Atlético queria o título. Éramos muito superiores e mostramos isso em campo. A vitória foi fácil: 3 a 0, com dois gols de Agnaldo e um de Dicão. Com o resultado, terminamos empatados com o Pinheiros em 14 pontos, mas tínhamos duas vitórias a mais que eles e ficamos com a taça.
O presidente Walmor Zimermann foi carregado pela torcida e chorou ainda no gramado da Baixada. Uma multidão invadiu o campo, todos queriam uma lembrança daquele que poderia ter sido o último título da história do clube no antigo Joaquim Américo. Planejava-se transformar a Baixada num grande conjunto residencial e um parque olímpico, com piscinas e parque de diversões. Seria o fim da casa que nos viu nascer, crescer e brilhar. Depois de demolida, restariam apenas as lembranças de tantas glórias vividas ali e a esperança de que houvesse, ao menos, um pouco daquele aconchego todo no lugar onde mandaríamos nossos jogos dali em diante.
Felizmente, tudo foi apenas especulação e, anos depois, estávamos de volta ao velho lar.

Nenhum comentário: