A Arte de pular a roleta. Por Mickel

Sou carioca. Embora tenha vivido em Curitiba durante 6 excelentes anos de minha vida, nunca deixei de assumir isso.
Sempre curti uma boa praia, embora sempre tenha tido preguiça de visitar o litoral paranaense (muitos amigos meus de hoje - principalmente de Paranaguá vão me crucificar por isso!), e no Rio sempre ia - diante de um bom fim de semana de sol.
Hoje, os meios de transporte de massa aqui do Rio tem toda uma segurança e uma "organização mecânica" para assegurar a obrigação de todos pagarem tarifas e transitarem com segurança. Porém antes de eu viajar para o Paraná, os ônibus aqui tinham uma "arquitetura" diferente, possibilitando a MUITA GENTE no trajeto da praia ao invés de pagar e passar pela roleta, pular. Não pagando a tarifa, e aproveitando o dinheiro que sobrava para comprar um picolé ou um refrigerante a mais.
Sempre peguei o ônibus na primeira parada, pagando certinho a bendita da tarifa... E durante o trajeto via quase sempre as mesmas pessoas ( e o motorista sabia! ), todas pulando a roleta, e viajar como eu. Com a mesma segurança, mesma comodidade, com uma diferença... Podiam aproveitar um picolé a mais na praia, porque lhes sobravam mais dinheiro.
Um certo fim de semana, decidi fazer um teste. Andei um pouco mais, e me juntei a primeira turma que fazia parte daquele grande bolo de gente que pulava a roleta. PULEI! Fiquei com uma sensação tão estranha... Algo em torno de ter infligido a lei! "Será que a partir de agora posso ser considerado um bandido?"

- Muitos daquele grupo que me viu pular me reconheceu, e me tinham como "um menino certinho". Alguns até tiraram uma onda, outros me parabenizaram: "Tá se sentindo culpado? Na praia você compra um picolé e se sente melhor!"
E eles tinham razão! Cheguei na praia, dei uma caída daquelas na água, já saindo e procurando o primeiro vendedor de picolés. Me fartei! E o sentimento de culpa foi todo embora!
A lição que fica? Punição exite, porém, não é pra todos. Acho que hoje em dia, daquela turma que ia pra praia poucos vão ainda hoje, em especial porque não pode-se mais pular a roleta e a punição pra esse tipo de coisa é muito mais severa do que antes. Mas, fica algo a se pensar.
Qual é o prazer que temos em dizer que temos uma economia "estável" dentro do CAP, vendo outros times pularem como loucos a roleta. Será que não é hora do nosso clube rever isso?

As vezes eu me pergunto se ser "politicamente correto" é mesmo o correto! Me pergunto se uma mudança de postura não nos permite pular a roleta. Não é pelo prazer de fazer o errado! Mas, pelo prazer que se sente no "picolé a mais".
Que possamos ter a consciência de que no próximo ano busquemos esse picolé que sempre falta. Que possamos fazer escolhas corretas. E não ter 20 atacantes que não fazem gol no elenco.
Pois mais um campeonato se foi. Dos 6 primeiros clubes da parte de cima da tabela grande partes deles tem dívidas astronômicas, inclusive o campeão da Copa do Brasil. Que isso sirva como reflexão para nossos dirigentes. Que nossa administração não se perca. E boa sorte pra eles!
Coritiba. Sobre a queda pra segunda divisão,sinceramente, não vou comentar nada. Acho que no grupo de discussões que participo já chegamos a todas as conclusões cabíveis - deixo os comentários abertos para isso. No Rio, e poderia muito bem mandar o Coritiba pro inferno, porém já falei disso no post anterior. Sobre a baderna causada após o jogo, tenho certeza que o TJD, o STDJ, Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal e a CBF entrarão com as providencias necessárias para o cumprimento de todas as leis do Estatuto do Torcedor, fazendo cumprir todas as normas de conduta para a segurança da nossa população, aplicando todas as punições com rigor.
Acho que o momento é de angústia, pois trata-se de uma paixão que ninguém gosta de ver ferida - ... Toda palavra mão pronunciada pode causar problemas. Se até aqui, onde o Flamengo foi campeão, deu problema... Imagina quando se trata de rebaixamento. Então que todos sejamos sensatos.
Comentários abertos.Até semana que vem.
Sempre Furacão!