Orgulho, inveja, coisa e tal. Por Bruno Milano

Ter inveja é feio, eu sei. Se trata de um dos sentimentos humanos mais mesquinhos e destrutivos. Mas existem certos tipos de inveja que não fazem mal a ninguém, e que estão a povoar minh'alma justo agora: a que eu sinto do meu sócio Phillipe, curtindo uma temporada porteña, é inveja branca, daquela das boas, onde se deseja é estar no mesmo lugar de gente nobre, sem querer prejudicá-lo; e a inveja deste maldito time do Fluminense, medíocre o ano inteiro, e que agora aprendeu a jogar bola, batendo o respeitável Universidad em Santiago.

A inveja do Fluminense, não tão branca assim, não deixa de ser um misto de frustração nesse ano pobre para o futebol paranaense. Porque não poderia o Atlético, talvez na compania do Coritiba, estar brilhando em Santiago, Buenos Aires, Quito, Lima? Qual a razão da mediocridade, deste complexo de vira latas, que parece cobrir o esporte bretão curitibano de 2005 pra cá?

A quarta economia do Brasil, representando 1,39% do PIB Brasileiro (Dados de 2007, O GLOBO), possui dois times com campanha medíocre na primeira divisão e um na segunda que, ano após ano, só procura o que lhe parece um talento nato: lutar para não cair. Não podemos falar muito, pois também estamos nos nivelando por baixo.

Eis que surge, nesta semana, a notícia que encheu este e todos os outros Atleticanos de orgulho. O CT do Caju, junto com a cidade de Curitiba, é a casa da Seleção Canarinho antes da partida para a Africa, em 2010. Maravilhoso!

Sei que não poderia deixar de ser desta forma. Quem já teve o privilégio de conhecer nosso Centro de Treinamentos sabe que o Atlético possui uma casa de encher os olhos, plenamente apta a preparar grandes atletas em qualquer lugar do mundo. Orgulho absoluto!

Agora, volta a pergunta: porquê o complexo de vira latas? Qual a nossa dificuldade em nos equipararmos com BH, que possui PIB menor que o nosso?

Bom final de semana, dominado pelo sol!