Relampeou, céu clareou, choveu, choveu. Por Bruno Milano

Relampeou, céu clareou, choveu, choveu.

Amanheceu, cê não voltou, pros braços meus.

(Fernando Lamarão Neto em Choveu, Choveu.)

Tenho um grande amigo, um irmão poeta. Fernando Lamarão Neto, ou Lamara, como é conhecido nas noites Curitibanas, canta o amor em verso e prosa e faz a alegria do povo. Sacode o Corcovado com seu jeito simples e cativante, tocando baladas antigas que marcaram a vida das pessoas. Sem inventar, Lamara é um sucesso. A raça dança ao som da sua viola, de onde saem clássicos de Bossa Nova, e Exaltasamba, SPC, Reginaldo Rossi, dentre outros músicos que marcaram a música brasileira. Tão simples que é maravilhoso.

Ok Milano, e o que Lamarão e essas músicas todas tem a ver com o Atlético? Em primeiro plano, nada, meu caro leitor. Apesar de simpático à causa rubro negra, Lamara é flamenguista.

Mas a semelhança entre nosso boêmio e o Furacão do Paraná não pode ser descartada, na essência. Assim como a música de Lamara, o Atlético é intrinsicamente simples. É o vermelho e preto que hipnotiza o povão, que faz sua festa apaixonada e balança ao som das velhas baladas: futebol vibrante e raçudo. A pelota que é movida à paixão. Os balanços das tranças de Oséas e o alemón de Paulo Rink, dentre tantos outras formações fantásticas, dão saudades na galera. Somos um bando de saudosistas, invocando no passado o perfume da vitória, tanto quanto os versos de Gamei podem nos trazer o aroma da mulher amada.

Chega de inventar! Chega de boleiros movidos à bichos molhados! Gostamos do clássico! Queremos a raça e a paixão de volta! Queremos Alex Mineiro!

Os versos de Choveu, Choveu se aplicam bem ao Atlético. Muita chuva e trovoada, e nada do rubro negro voltar aos braços da torcida. Estou com saudades de ti, meu Furacão querido!

Bom final de semana!

P.S. Para aqueles que ficaram curiosos, Choveu, Choveu pode ser visto aqui: .

E viva a boa música curitibana.