Duplas infernais. Por Cadu Cury

Hoje o Espaço Atlético, vai falar de jogadores que juntos fizeram história no futebol brasileiro.
Como era bom ver um time onde os dois atacantes jogavam bem. Digo “era “ pois na atualidade, esta cada vez mais difícil achar um time com dois atacantes de qualidade. Se um atacante já é difícil, imagine 2 e juntos!!!
Como é legal lembrar de Zé Roberto e Madureira(1968), Romário e Bebeto, Ronaldo e Romário, Washington e Assis(1983) Edmundo e Pantera, Paulo Rink e Oséas, Paulo Nunes e Jardel, Alex Mineiro e Kléber, Robinho e David, Jackson e Cireno... E eles Pelé e Coutinho, que até hoje são conhecidos como a dupla mais afinada do mundo.
A maioria das equipes do futebol brasileiro, jogam no esquema com 2 atacantes, sempre procurando explorar o máximo de cada um.
É normal, um ser a referência na área e o outro ser o homem de velocidade. Quando isso acontece com perfeição, os gols acontecem com muita freqüência.
É muito bom ver uma dupla bem entrosada, que jogue por música. Dupla boa é aquele que quando um pega na bola, o outro já sabe para onde ir e onde irá receber o passe... Infelizmente esta cada vez mais raro isso acontecer!!!
O futebol mudou muito de antigamente pra cá, antes o futebol brasileiro jogava no esquema 4-2-4 , um esquema super ofensivo e bonito de se ver.
Como é fascinante lembrar da seleção de 1970, onde o time jogava por música.
Mas para aquela equipe dar certo, não foi assim tão simples. Tinha um tal de Rivelino( o garoto do parque) que comia a bola no Corinthians, e lá ele jogava com a camisa 10...
Mas a seleção tinha um outro camisa 10, um neguinho chamado “ PELÉ” ... rsrsrs !!! Como tirar o Pelé pra colocar o Riva?
Como não tinha como tirar o rei, a forma mais fácil foi colocar todo mundo pra jogar em um só time...
Rivelino foi para ponta esquerda com a camisa 11, Jairzinho com a camisa 7 ficou na ponta direita e Pelé com a camisa 10 ao lado de Tostão com a camisa 9, comandavam o ataque mais brilhante de todos os tempos do futebol mundial.
Mas como um time, com 4 jogadores ofensivos, poderia dar certo?
Zagallo, quando assumiu pouco antes da copa de 70, fez assim:
Jairzinho era o ponta direito aberto, só voltava até o meio de campo pra dar combate e quando estava no meio campo, arrancava em alta velocidade, aproveitando os magníficos lançamentos de Gérson, canhotinha de ouro.
Riva era o homem que além de jogar na ponta esquerda, marcava muito bem e nos contra-ataques fazia a bola chegar em Tostão e Pelé como ninguém.
E na frente, falar de PELÉ e TOSTÃO juntos, nada será o bastante.... Essa dupla foi de outro planeta... foram o máximo que o futebol fabricou!!!
Na verdade, esses 4 jogavam em qualquer posição, no meio, no ataque, de ponta, pois tinham muita qualidade....Brincavam de jogar futebol!!!
É pessoal, como é bom ser brasileiro... Temos o privilégio de dizer que esses monstros da bola são da nossa nação!!!
Deve-se se levar muito em consideração que naquela época Jô jogava muito mais ao amor a camisa, do que ao dinheiro. E hoje só se joga por dinheiro, sem o mínimo amor a camisa.
Jogadores rodam de time em time, beijando o escudo de cada um...
E já que não existe mais montros como eles, nós atleticanos temos que nos contentar com Rafael Moura e Wallyson...
Quanta diferença!!!

Dedico esse texto, ao meu grande amigo e pai Carlos Eduardo, minha enciclopédia do futebol onde busco informações, e ao meu compadre Diego Pereira que admira um futebol ofensivo.