sexta-feira, 19 de junho de 2009

Goyá Campos e o manto rubro negro. Por Bruno Milano

Na última sexta feira estava em Florianópolis, ao lado de minha pequena, quando recebi, por telefone, a triste notícia que de que havíamos perdido meu Tio Goyá, ou Dr. Goyá, como era conhecido, nos corredores do Poder Público do Paraná, este brilhante advogado atleticano que se foi, aos 80 anos de idade, descansar em paz.
Goyá Campos integrou a equipe de Governo do primeiro mandado do Governador Requião, atuando como Secretário de Justiça. Foi também Procurador de Curitiba e Membro do Conselho Penitenciário do Paraná. Advogado do velho MDB de Guerra, foi um dos idealizadores do PMDB no Estado. Lutador incansável pela efetivação Justiça, era um grande homem, e acima de tudo, atleticano. Tive a honra de acompanhar parte de sua bonita trajetória de perto, tornando-me um inconteste admirador.
Mas a homenagem singela dedicada neste post não se resume à lembrança do passamento deste ilustre homem de leis, um paranaense de amor e adoção. Serve também para contar a transformação do pequeno Bruno Milano num também grande - foi-se a modéstia - apaixonado rubro negro.
Naquele novembro de 1983, Goyá mudou a vida deste colunista. De avô materno coxa branca e de pai atleticano, mas desligado das emoções do futebol, a sorte do pequeno Bruno estava lançada. Podia tornar-se de tudo. Os fantasmas do tremendão estavam há poucos quilômetros. O perigo era iminente. Eis que surge, dentre os presentes ao recém nato, aquele que se destacaria e se faria fundamental em toda sua vida: um pequeno manto rubro negro, ainda em listras horizontais e em pano, com o CAP bordado à altura do peito.
Fez-se um menino em vermelho e preto. As cores fortes envolveram aquele pequeno corpo com naturalidade, conferindo-lhe a missão de pregar no mundo os feitos realizados na Baixada do Água Verde.
Lógico que, em seus primeiros dias de vida, o garoto jamais teria a noção exata da importância daquele gesto, do tamanho daquele presente. Porque mais que uma camisa, o gesto do Dr. Goyá traduziu-se num legado: um legado de paixão, de alegria, de milhares de irmãos e irmãs rubro negras que o guri do Pilarzinho acabava de conquistar.
Quase 26 anos depois, esta relíquia é cuidadosamente conservada junto com outros mantos rubro-negros, cada um com sua história. Mas o "manto" do Dr. Goyá tem seu charme especial: o de Arremate: existe entrelaçamento de letras mais bonito e trabalhado que nosso "CAP"? Duvido muito. Não sei como a Umbro e a Diretoria do Atlético não se atentaram da beleza que seria uma camisa nova, de jogo, com as letras soltas no peito, sem o escudo que nos acompanha desde 1996. Fica a dica.despertar o primeiro amor deste hoje homem feito: o Clube Atlético dos Paranaenses.
Um bom final de semana!

Um comentário:

Unknown disse...

Que história linda Bruno! Fiquei emocionada! E concordo plenamente e completamente com vc, essas letras "soltas" sem o escudo, tbpem são minba paixão! abraço