terça-feira, 16 de junho de 2009

Cireno

Cireno Brandalize era um ponta-esquerda habilidoso, veloz e driblador. Ao lado de Jackson do Nascimento, formou a mortal dupla de ataque Furacão de 49. Chegou a Curitiba em 1942, vinha de Ponta Grossa para tentar uma vaga no Atlético e estudar Direito. Logo na estréia com a camisa rubro-negra, marcou três gols e caiu nas graças da torcida.
Mas o craque não ficou conhecido apenas por seu talento e habilidade com a bola nos pés. Cireno era um provocador e não aceitava um insulto gratuito. Dois episódios ilustram bem este espírito incontido: O Atletiba dos oito minutos e o dia em que Cireno pulou a cerca para acertar um torcedor fora de campo.
No primeiro episódio, clássico movimentado, depois de sair perdendo, Jackson empata para o Atlético. Cireno pega a bola no fundo do gol e, de passagem pelo goleiro Belo, rouba-lhe a touca, expondo a lustrosa careca. O arqueiro se irrita e sai à caça do ponta atleticano. Confusão armada, muita discussão, diretorias em campo, o adversário não quer mais jogar e o árbitro decide encerrar a partida.
Dias depois o tribunal considera o Atlético vencedor. No outro caso, em boa forma, nosso ponta, revoltado com algum xingamento mais sério, deixou o campo, pulou a cerca, socou o torcedor e, como se nada houvesse acontecido, voltou a jogar.
Cireno ficou no Clube por dez anos, depois se aposentou. Foi pré-convocado para a Seleção Brasileira de 42, junto com Caju.

Nenhum comentário: