Morreu o ex-lateral direito Djalma Santos, bicampeão mundial pela seleção brasileira e ídolo de Palmeiras, Portuguesa e Atlético-PR, aos 84 anos, em Uberaba (MG), nesta terça-feira.
O ex-jogador estava internado no hospital Doutor Helio Angotti desde o dia 1º de julho depois de apresentar um quadro de insuficiência respiratória e pneumonia. Pela tarde, o hospital tinha divulgado que o quadro era grave e que ele apresentava um comprometimento da função renal.
O ex-jogador estava internado no hospital Doutor Helio Angotti desde o dia 1º de julho depois de apresentar um quadro de insuficiência respiratória e pneumonia. Pela tarde, o hospital tinha divulgado que o quadro era grave e que ele apresentava um comprometimento da função renal.
DJALMA SANTOS:
Djalma Santos foi o maior lateral-direita do mundo.
Antes de mais nada, antes de começar a falar sobre a história de Djalma
Santos, esta frase tem de ser dita: ele foi o maior lateral-direita de
toda a história do futebol mundial. E vestiu a camisa rubro-negra.
Pronto, esses dois fatores são decisivos para alçar Djalma à condição de
ídolo eterno da torcida atleticana.
Porém, nada é
suficiente para contar a bela trajetória de Djalma Santos no futebol.
Todas as linhas são poucas, as palavras pequenas. Mas isso não nos
impede de tentar.
Ele nasceu apenas
cinco anos depois da fundação do Atlético, em 1929. Garoto pobre, tinha
como grande sonho ser piloto de avião. O pai fazia força para que ele
fosse militar. O futebol não era nem de longe uma opção de carreira
profissional. Enquanto não tinha dinheiro para bancar um curso de
aviação, Djalma ia se virando como podia. Trabalhava como sapateiro e
jogava suas peladas na várzea de São Paulo nos finais de semana.
Um dia, machucou a
mão direita no trabalho e deu por encerrado o sonho, que já estava
distante e se tornou impossível. Coincidentemente, suas boas atuações
pelo Internacional, time de várzea paulistana, chamaram a atenção de
olheiros de grandes clubes. Fez testes no Ypiranga e no Corinthians, mas
preferiu a Portuguesa. Jogando lá, ao menos poderia conciliar os
horários na sapataria. Mas rapidamente Djalma trocou os sapatos apenas
pelas chuteiras.
Forte e habilidoso,
Santos - como era chamado - atuava como centro-médio na Portuguesa.
Passou para a lateral-direita quando o clube contratou o grande astro
Brandãozinho. A habilidade que adquiriu pelo tempo em que jogou no
meio-campo, transformou-o em um jogador diferenciado. Na época, nenhum
lateral ultrapassava a risca do meio-campo. Djalma sim. Tinha força
física e fôlego para ir à frente e voltar a tempo de não deixar a defesa
desguarnecida.
Além disso, sua
cobrança de lateral se tornou um marco. Usava a mão direita machucada
para dar a sustenção necessária e fazia um arremesso de vários metros
para dentro da grande área, quase que como um escanteio com as mãos.
Pela Portuguesa,
Djalma ganhou os Torneios Rio-São Paulo de 1952 e 1955. Foram 453 jogos
entre agosto de 1948 e maio de 1959, quando se transferiu para o
Palmeiras. Ele jogava na Lusa quando foi campeão mundial pela Seleção
Brasileira na Suécia, em 1958. Foi titular em apenas uma partida - a
final, contra os donos da casa, vencida pelo Brasil por 5 a 2 -,
substituindo De Sordi, que passara mal. O suficiente para ser
considerado o melhor jogador da posição naquele Mundial. Na Copa
seguinte, no Chile, em 1962 (quando já era jogador do Palmeiras), Djalma
se consagrou bicampeão mundial. Jogou ainda mais uma Copa, a da
Inglaterra, em 1966, e disputou 100 jogos. No Palmeiras, ele jogou quase
dez anos: foram 491 partidas e dez gols marcados, entre 1959 e 1968,
ganhando três títulos paulistas.
Quando se preparava
para encerrar sua carreira, em 1968, Djalma recebeu um convite do
Atlético. O presidente Jofre Cabral e Silva foi a São Paulo para tentar
reforçar o Atlético, que sofria com os negros anos da década de 60.
Encontrou o bicampeão mundial no campo de treino do Palmeiras e logo
puxou papo. Perguntou se conhecia algum bom jogador que pudesse reforçar
seu Atlético. Djalma Santos perguntou quando o presidente pretendia
pagar. Satisfeito com a oferta, não teve dúvidas: disse que estava
disposto a ir para o Furacão. Não podia deixar o Palmeiras
imediatamente, mas prometeu que iria para o Rubro-Negro assim que
encerrasse seu contrato. Jofre acabou morrendo meses depois, mas Djalma
cumpriu com sua palavra e chegou em Curitiba no final de 68.
Realizou partidas
memoráveis pelo Atlético. Mesmo com 40 anos, ainda tinha um fôlego
impressionante e cobrava dos colegas mais preguiçosos. Com essa
inspiração, o Atlético foi campeão paranaense de 1970, um dos títulos
mais comemorados da história. Djalma teve participação decisiva. Atuava
com sabedoria: quando pegava um ponta-esquerda muito veloz, trocava de
posição com Julio e ia jogar na esquerda, onde tinha mais tempo para
exibir seu belo futebol. Deixou uma marca incrível no Atlético e não
viveu apenas da fama de bicampeão mundial. Despediu-se do futebol em 21
de janeiro de 1971, prestes a completar 42 anos, em um jogo contra o
Grêmio. Teve uma atuação soberba, digna de toda a sua brilhante
carreira.
Depois de deixar os
gramados, tornou-se técnico, com passagem pelo próprio Atlético, mas
desistiu da estressante carreira. Passou a se dedicar aos garotos,
trabalhando em escolinhas de futebol.
Djalma Santos foi eleito para integrar a Seleção dos 80 Anos do Atlético.
OBS: O JOGADOR NUNCA FOI EXPULSO EM TODA SUA CARREIRA!!!
Vai com Deus campeão!!!
O céu ganhou mais uma estrela!!!
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